(Zé Laurentino)
"Hoje o pessoal do mato
Já tá se acivilizando
Já tem rapaz istudando
Pras bandas da Capitá
Já tem moça qui namora
Cum us imbigo de fora
Eticetra coisa e tá
Mai, essas coisa eu istranho
Mim dano e num acompanho
A Tar civilização
E nem qui a morte me mate
Eu nunca fui numa buate
E nunca vi televisão
E esse tar de cinema
Qui eu num sei nem Cuma é
Si é home, si é mulé
Si vem da lua ou do só
Um tiatro eu nunca vi
E também nunca assisti
Um jogo de fitibó
É isso mermo patrão
Eu nasci pra ser matuto
Viver qui nem bicho bruto
Dando di cumê a gado
Eu só sei mermo qui sô gente
Pruquê um véi meu parente
Dixe que eu sô batizado
Mas, por arte dos diabo
Um fi de cumpade Xico
O fazendeiro mai rico
Daquele meu arrebó
Cum priguiça de istudá
Invento de inventá
Um jogo de Fitibó
E nu paito da fazenda
Mandô butá duas barra
E eu fui oiá a farra
Do lote de vagabundo
Que quando vi, afroxei
Acredite qui eu achei
A coisa mio do mundo?
Eu, caboclo lazarino
Com dois metros de altura
Os braços dessa grossura
Medo pra mim é sulipa
De jogar tive um parpite
Aceitei logo um convite
Pro mode jogar de quipa
Me deram um calção listrado
E um par de joelheira
Também um par de chuteira
E uma camisa de gola
Que eu gritei: - arra Diabo!!
Se eu já peguei touro brabo
E derrubei pelo rabo
Pruquê num pego uma bola??
E o jogo começou
Com um juiz bom e honesto
E por siná era Hernesto
O nome do apitadô
Que, metido a justiceiro
Pra mode o jogo pará
Bastava a gente chutá
A cara do companheiro
Bola vai e bola vem…
Um tal de Zé Paraíba
Inventou de dá um driba
Nu fí de Xica brejeira
Este deu-lhe uma rasteira
Que o pobre do matuto
Passou uns cinco minuto
Imbolando na puêra
O juiz mandou chutar
Uma bola contra eu
Pruquê meu fubeque deu
Um chute no honorato
Ai o juiz errou!!!
Se o fubeque que chutou
Ele que pagasse o pato
Mas afiná, meu patrão
Não gosto de confusão
Mandei o cabra chutar
E fiquei isperando o choque.
Tanta força a bola vinha!
Vinha tão pequenininha!
Feito bola de badoque
A danada escorregou
Passou pelas minhas mãos
Deslizou pelos meus dedos
Bateu numa região
Foi batendo e eu caindo
Me espuliando no chão
O povo batero em rima
Me déro um chá de jalapa
Uns três copos de garapa
E um chá de quixabeira
Quando eu tive uma miora
Joguei a chuteira fora
E sai batendo a pueira
Daquele dia pra cá
Nem môde ganhar dinheiro
Nem mermo no istrangero
Nem cum chuva nem cum só
Nem aqui nem no deserto
Nunca mais passo nem perto
De um jogo de fitibó…"
Essa aí é em homenagem ao Fitibó Pernambucano
Nossa..Gio.
ResponderExcluirAdorei!
Não sabia desse seu lado poético!rsrsrs
Bjssssssssss
eu gosto muito de poesias e cancoes matutas bem nordestinas
Excluirinclusive eu preciso da letra da poesia literatura de cordel
floriano e seus amigos que comeca assim
floriano era rapaz com vinte anos de idade que perdeu toda familia ficando na orfandade e destinou se pelo munda atraz da felicidade. assim viajou um dia atarde pode avistar um rapaz em um rocado que estava a trabalhar
consigam o restante dessa poesia de cordel
Eita, seu Giovenni, que massa esse poema! Lembrei de papai, véi...
ResponderExcluirPapai adorava os "puetas" nordestinos... Zé da Luz, Zé Limeira, Patativa do Assaré, Ascenço Ferreira, entre outros...
GiovAnni!
ResponderExcluirdedico essa poesia a um grande cumpade meu catarino souza que a recitava perfeitamente!!
ResponderExcluirRogério Reale
ESTA POEMA É MEU. NÃO É DE ZÉ LAURENTINO.GIOVANNI GOUVEIA VOCÊ SABE QUE PLAGIO É CRIME? BEM COMO DAR A AUTORIA A OUTRA PESSOA?
ResponderExcluirSe tem alguém plagiando aqui, é o Senhor. Zé Laurentino tem quem o defenda e lute por sua memória.
ExcluirO poema é de José Laurentino.
ExcluirInfelizmente não foi patenteado e por isso se torna de Dominio Público.
O que não dá o direito de desrespeitar a memória do Poeta.
Homem digno e honrado, que se aqui estivesse, sorriria do ridículo e faria um poema, desfiando o rosário de infermidades que acomete um dotô Medicu!
Peço que o poema matuto no futebol seja retificado a autoria para Francisco Solange Fonseca. tenho em mãos os originais.Não é bateu na região e sim em meu cunhaõ, foi batendo e eu caino esperniano no xão.
ResponderExcluirSenhor Francisco Solange Fonseca: Mostra a prova! Quem primeiro publica é o "dono" até que alguém prove o contrário! Se você não apresentar prova inconteste de que lhe usurparam a autoria, dançou! A prova não é somente uma cópia ou um papel datilografado ou manuscrito. Vai além!
ResponderExcluirMeus poemas ou estão em minha coluna de jornal ou em meus livros. Se alguém me roubar tasco-lhe um processo. Até agora, só vejo você reclamando. Se eu fosse você eu me calava ... e pronto! Que tal escrever outro: "A MATUTA NO VULIBÓ".
se quem primeiro publica é o dono, sei que seu livro tem vários poemas dos outros o que é lamentável
ResponderExcluirFamília de violeiros,
ExcluirSou poeta e trovador...
Não roubo versos dos outros
Como faz você, doutor...
Sou bastante diferente,
Não uso do expediente
Que tem usado o senhor!
Se os matutos dai chamam fitibó, os daqui, mesmo na era do radio de bilha, luz do lampião, chamam futibó
ResponderExcluirSr. Francisco, quando um dia conhecer sobre métrica, rima e ter a sensibilidade de Zé Laurentino... Quem sabe se não terá um lampejo de genial e fará uma obra parecida. Vá lendo as obras de Zé, com certeza aprenderá sobre humildade, caráter, coisas que infelizmente não tem.
ResponderExcluirCibele Laurentino (Filha do Poeta Zé Laurentino)
Patativas do Assaré:
ResponderExcluirGancho de pau é forquilha,
Catombo de pau é nó,
A franga pós é galinha,
Fumo ralado é pó, peitica cantou é chuva, pé de boi é mocotó!
Sumo de cana é cachaça, pé de goela é gogó.